sexta-feira, 30 de maio de 2008

Oi Gisa,

Desculpe a demora em te responder, essa semana foi difíiiiiicil. Mas acabou, bom quase, amanhã trabalho o dia todo e fim.

acho legal, a regra do jogo já está aí definida, vaca amarela.

o que você pensa de:

1) a gente definir um período de três meses ... começando em junho agora, onde a gente vai se enviar apenas desenhos e

2) ao mesmo tempo irmos anotando num caderninho o porque da escolha daquele desenho enviado e o que entendemos da resposta/desenho da outra. Como se escrevêssemos um roteiro. que tal ?

acho que aí é minha curiosidade que propõe. Assim, depois, quando compararmos os escritos, se for importante ou curioso, teremos um pouco a sensação que você teve ao ver montada sua instalação no local da exposição.

beijos
Gabi

domingo, 25 de maio de 2008

Gabi,



Tenho pensado muito em escrever, e escrito pouco, como você vê. Mas tentando lembrar os pensamentos:



1. Essa imensa diferença de quatro mil cento e tantos quilômetros na verdade não faz diferença alguma, não é? Quando imagino a distância entre nós só consigo pensá-la em termos de tempo, horas de vôo, fuso-horário (o tempo que o sol leva pra vir daí pra cá). Nunca em termos de espaço. É essa limitação da nossa mente (ou da minha) para lidar com coisas gigantes ou mínimas.



2. Acho que conseguimos, sim, criar um diálogo à distância. Talvez não nos entendamos, mas o jogo pode funcionar se prevermos que não precisamos nos entender, que o 'mal-entendido' vale também. Fiz isso uma vez num trabalho, mas não era um diálogo propriamente dito, funcionava só de lá pra cá: pedi aos organizadores de um festival que me descrevessem um espaço de esposição em que eu iria instalar um trabalho, e que eu não conhecia. A descrição poderia ter palavras (escritas ou faladas) mas nunca fotos. Meu trabalho seria a representação em escala real da descrição deles. Pra complicar, eles falavam alemão e um pouco de inglês e eu, francês e um pouco de inglês também. Em alguns momentos, trabalhamos com um intérprete do alemão para o francês. O resultado final mostrou várias discrepâncias entre as descrições e o lugar, devido a problemas de comunicação e de interpretação. Mas foi dessas discrepâncias que nasceu a meu ver o interesse do trabalho. Bom. Tudo isso pra dizer que acho que esse diálogo pode justamente funcionar pela dificuldade que apresenta. Temos é que definir o funcionamento do jogo.



3. Sim, certamente seria/será uma reflexão sobre o olhar do outro. Me interessa muito pensar essa proposta desse ponto de vista.



E então? Como fazemos? Uma vaca amarela - daqui pra frente, só imagens? (glup) ou talvez seja melhor ainda conversar e entender melhor como isso pode funcionar... Vamos pensando, eu aqui, você aí, nos intervalos.



Beijos



Gisa

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Oi Gisa,

Adorei sua foto montagem aproximada para base de um sistema de levantamento meio torto.  :) 

A escada é mesmo linda, e que diferença de construção em relação as escadas que encontrei por aqui. 

Fiquei esses dias pensando em como poderíamos nos enviar desenhos, a única coisa que consegui imaginar é em iniciar um diálogo de desenhos. Como você disse, questões desenhadas, comentários. Será que a gente consegue criar um diálogo com desenhos a distancia ? Será que a gente vai se entender ? 

Acho que pode ser uma tentativa interessante. Pode ser também uma pesquisa prática sobre o lugar do espectador, o olhar do outro.  

Nos meus calculos meio inventados tenho aí 4.106, 15 Km de aproximação, só uma distância como o Brasil de norte a sul, bobagem, coisa pouca.

beijos
Gabi

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Campo de Sementes













Gabi,

Que bonitas as suas fotos.

Não tenho ainda foto da escada do desenho, mas em breve terei.
Esta aí é a "outra", a maior, a que fica perto de Ribeirão. O lugar, onde minha mãe nasceu, se chama Campo de Sementes e eu gosto muito deste nome.
As fotos foram feitas para que eu pudesse fazer o levantamento, num sistema meio torto que tenho de medir só um pedaço e ir deduzindo o resto...

Pensei no que esses desenhos-que-atravessam-distâncias poderiam transportar para nós.

Talvez pudéssemos nos encomendar mutuamente desenhos, por mais difícil que isso possa me parecer (pois atualmente não tenho tempo nem pra desenhar pra mim)...
Ou enviar-nos mutuamente questões desenhadas.
Não sei. Realmente não sei.

Vamos pensando.

Ah, e segundo o dr. Google Earth, são 9386,85 km de porta a porta.

Beijos, até breve

Gisa

terça-feira, 13 de maio de 2008

escadas


Oi Gisa,

arrumando meus arquivos no computador encontrei essas fotos de escadas que tirei depois que cheguei na França. São 6 fotos mas 5 escadas diferentes.

Não tenho desenho delas, mais achei interessante achar tantas fotos de escada, todas pequenas, de pedra e irregulares.

você tem uma foto da escada do seu desenho ?

beijos
Gabi

terça-feira, 6 de maio de 2008

números

Oi Gisa,

bom ...

o número ... vem de uma soma meio inventada, por isso o mais ou menos do começo, vamos lá: 

eu procurei na internet a distância Paris - São Paulo, não encontrei, o que achei foi 10.000 km entre França e Brasil. Chutei que essa distância deveria ser entre as cidades de Brest e Natal. Entrei no site do mapa mundi e pedi a distância da minha casa em Saint-Denis até Brest (604km), a distância de Natal à São Paulo (2889km) e somei tudo. total = 13.493.

temos também: cinco horas de diferença de fuso horário no inverno brasileiro e três horas no verão, um oceano e mais ou menos 20 ilhas.

E eu estive em Brest, justamente, a duas semanas atrás, que pena, poderia ter feito um desenho um pouco mais de pertinho. Quem sabe não mando um projeto para aquela residência de artista na bretagne que você me mandou :))

com desenhos, claro. a que são os desenhos ? pelo menos é nossa forma de comunicação.

se não pudermos atravessar essa distância podemos revelá-la. Eu grito daqui e você mede daí.

aqui o sol apareceu a 3 dias, está uma temperatura de 25 graus, uma delícia.

beijos
Gabi 


segunda-feira, 5 de maio de 2008

13.493

gabi,

tomei esse número como uma isca, e mordi...
de onde ele vem? como chegou a ele?

e por outro lado:

qual o efeito -em nós- dessa distância -entre nós-?
existem outras distâncias?
fuso-horário, sei lá...

e mais importante, acho eu:

como preenchê-las, ou atravessá-las (as distâncias)...
e com o quê (acho que com desenhos, não??)

fico pensando: desenhos não são em geral instrumentos para atravessar distâncias, para compartilhar percepções? não é sempre disso que se trata?
(é realmente uma pergunta, não tenho certeza...)

(a semana começa com um sol lindo daqueles de maio em são paulo, meio baixo, amarelado, com um céu azul absoluto. recarreguei as baterias neste fim de semana ... vamos em frente, um kilômetro por vez...)

beijo,

gisa