sexta-feira, 25 de abril de 2008

Calvino, Ponge, Escadas...

Gabi, também estou achando estimulante... mesmo se os estímulos andam demorando a se concretizar ultimamente. (Ontem entrei no antibiótico, ver se essa gripe passa. Tá passando. Vai passar.)

Pois é, o Calvino eu li há muitos anos, logo que fui praí, e me impressionou muito...
Depois, anos depois, conheci o Ponge, que foi uma grande descoberta.
E só em 2004, numa conversa/entrevista com a Sydney Hermant, ela falou na relação entre os dois, que o Calvino cita o Ponge justamente nas Propostas...

É muito muito bonito essa história de mágica do objeto. Tenho pensado muito nisso, nesse papel possível do desenho, que é de atuar como modelo. Modelo de relações entre as coisas do mundo. Acho que é uma forma mais interessante de encarar o simbolismo de alguma imagem (ou de algo) do que pensar psicologicamente, ou digamos surrealisticamente...

O desenho que te mandei é algo que tenho voltado a fazer, depois de bastante tempo. Ano passado visitei a fazenda em que minha mãe nasceu, uma casa antiga de que ouvi muito falar, um lugar meio mítico na família dela. Tive vontade de desenhar/medir a escadaria da frente da casa. Há tempos não tomava essas medidas de lugares. Me faltava, acho, sentir o envolvimento emocional com o lugar, envolvimento que está muuuuuito presente nesse trabalho com o arquivo do meu pai.
Então roubaram minha bolsa com o caderninho em que tinha anotado!!
Talvez tenha tido um lado bom isso, pois o fato é que achei que tinha que ir lá de novo refazer o levantamento. (Fica em São Simão, ao lado de Ribeirão Preto). Em março agora rolou a exposição em Ribeirão e passei lá de novo, na volta. Semana passada fiz um primeiro desenho a partir da medição e das fotos.
E medi essa escadinha aí, da frente de casa.
E estou eu com estas duas escadas na cabeça.

Beijos, Gabi, até breve

Gisa

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