sábado, 26 de abril de 2008

Oi Gisa,

Espero que você melhore logo. Eu estou aqui correndo a caça de um emprego de novo. Tudo está meio instável ainda.

Bonitas suas histórias de mémorias da família, é lá que a gente se descobre, um pouquinho da gente pelo menos. E sempre o desenho permeando ou "apresentando" esses encontros, muito mágico.

Eu aqui na frança, do outro lado do oceano, vendo um trabalho em vídeo que a Agnès fez em Portugal descobri que todas as senhoras portuguesas (exagerando só um pouquinho), do bairro pobre onde ela filmou, se parecem com a minha avó Maria. Mesmo vestido de flor, cabelos encaracolados de bobe, mesma estatura e massa corporal, mesma cor de pele.

Vou procurar ler Ponge, não o conheço.

Esse desnho que te mandei feito de noite também é um trabalho antigo que estou retomando agora, quando me formei na UNICAMP meu trabalho de conclusão de curso em desenho foi uma série de desenhos que fiz a noite, sem luz, do meu jardim. E agora de novo desenho a noite a vista da minha janela que dá para um jardim.

Essa história de retomada foi muito interessante na verdade, já te contei mais vou recontar aqui. Quando fui mostrar meus desenhos pra Mme. Kissel, num dado momento, disse a ela que eu estava cansada de me repetir, ela me olhou com a maior tranquilidade do mundo e me respondeu: E qual é o problema de se repetir, o sol não nasce todo dia ! E depois na repetição vem o amadurecimento e o desenho muda junto com você. A tranquilidade que ela me passou nesse momento foi uma coisa incrível, como a gente quebra a cabeça e se paralisa com questões dos outros.

um grande beijo, Gabi

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